Estou
numa luta para não escrever uma palavra “feia”… porque quero, mas sinto nas
minhas entranhas que esta palavra não preenche os cânones de um enquadramento
convencional na transmissão de boas ideias. Nem sempre estamos baseados em
algo explicado á luz da boa convivência social e mesmo…
Lutamos
por sermos… sermos simplesmente sem subterfúgios, sem imaculadas presenças na
vida de outros porque não existimos para sermos outros, não existimos para que
nos façam imagens plasticinadas de cores amareladas pelo tempo, que rodopiaram
pelo pensamento de um qualquer que pretenda um dom de midas e tocar a magnitude
da vida alheia… alheia às pertenções individuais.
Pelas
minhas extremidades soltam-se repulsas evaporadas, que exprimidas nada valem,
no entanto proferidas por alguém que consideramos ter uma genética quase igual
fazem doer. Não uma dor simples e natural, antes aquela que provoca um
esfreganço momentâneo… mas que irá perdurar muito mais do que a memória poderá
comportar. Será algo, que mastigado não manifestará algum sabor, pois a
importância será relativa e nada construtiva.
Tivesse
a magnitude capaz de me iluminar simplesmente com um indicador… teria de certo
várias cores da imagem que me mostram a negro. Já não me lembro da palavra que
serviu de mote para esta dicotomia. Se não há recordação será porque tem um
ínfimo valor patrimonial, não confundamos a matéria com outra valia mais
profunda!
Tivesse
eu a capacidade volátil… alcançasse asas reais, mesmo fustigadas por nuances do
enraizado complexo de Édipo e sombreadas pelo ímpeto de Nero, não queimaria nem
Roma nem Pavia, não me substituiria por um qualquer pai, reuniria reflexos em
retrocesso dos passos calados e quietos de quem premeia a virtude acessível,
pouco transpirada, e iria colocá-los às portas de elfos.
Gostaria
que a beleza se transformasse numa sensível fertilidade… de exemplos capazes de
se envolverem pelos espaços naturais resplandecendo o belo sob a terra, sobre
as florestas e que os arqueiros se transformassem nos guias transversais das
pegadas que ainda teremos de cravar no solo barrento deste nosso planalto.
Tivesse
eu ainda alma neste momento… gritaria alto um murmúrio abafado que escorre
pelas artérias, que me faz esmorecer o Cérebro e embeber de compaixão, quando
não tenho apetência esclarecida sobre a validade… quem percorre as vãs
carreiras hexagonais de um favo de colmeia abandonado nada mais encontra que
algo semelhante ao labirinto de Creta.
Encontrei
no meu bolso o fio esticado que irá derrotar Dédalo e escapar ao Minotauro… só
me resta saber se me está reservado o desempenho de Teseu… e para assim ser
capaz de iniciar a fuga às trevas, reencontrar e vislumbrar o renascimento
pessoal.
Também
neste contexto… eu quero a minha superação, o encontro da verdade e de um opus sublime!