Sinto que não senti no tempo certo algo que se perdeu fisicamente. Hoje,
que quero senti-lo não sinto. Existe um vazio de sensação que me faz sentir
empobrecido. O seu cheiro existe mas não está aqui. Foi-se para o lugar das
sensações da memória onde tudo é imaginado como foi. E, aqui queria saber como
foi para agora sentir-me preenchido.
Este vazio que há em mim acompanha-me por destino. Persegue-me por castigo
para me obrigar a olhar o horizonte sem (deslembrar) as sombras boquiabertas como
marca identitária que teimo em continuar a sentir, mesmo sabendo a dificuldade
em encontrar sentimentos nesta caminhada sem sentido aparente.
Saber
sentir é uma arte detida por quem olha o trajeto percorrido. Lá no limite da
linha sabe... simplesmente sabe que foi para ali que quis dirigir-se e lá vai
encontrar preserverantemente a luz!