segunda-feira, 11 de abril de 2011

A TUA VOZ

Ai… ai… a minha mão fica trémula. Ai… os meus olhos cegam-se de emoção. Por vezes sinto-me longe de tudo sem um ombro por perto. Ai, a minha mão continua trémula. Por vezes estou tão próximo e continuo perdido nos medos do tempo. Quanto vai durar este impasse delicioso? Ofereço-te… nada. Olhas o meu rosto e soletras baixinho o meu nome. Acaricias o traço grosso do meu queixo, tacteias as raízes da minha barba. Sorris com o olhar desfocado!
É demais escutar alguém como tu. Por vezes derivamos por becos perdidos no emaranhado das vidas esquecidas… por vezes ficamos petrificados…
Hoje sou agraciado com a tua voz, ai… é demais para mim. É impossível agarrar a magnitude da sua pureza, que me fala de vidas e embala na contingência da verdadeira história amorosa. Deixa ficar… nada mais interessa. Por vezes perdemos sem justificação. Por vezes encontramos o apaziguamento interior. Deixa ficar, a tua voz perpétua esperanças.
Ficas… inerte de membros, sublimas-te no cântico envergonhado e elevado. Deixa que o eco dos sons regresse humilhado por chegar tarde.
Perdoa-me por hoje ser como fui ontem e não consegui envolver-me em pleno. A voz eleva-me e faz-me esquecer o que não interessa. Ouvir-te recorda-me sonhos antigos, leva-me lá atrás como a mesma velocidade que me faz regressar. Não consigo parar este vaivém.
Ninguém se compara… recordo, que se ficarmos aqui, os passos seguintes nada valem. É o preço de dias que desejamos gloriosos. Deixa ficar a tua voz… para que volte a acreditar no amor, ai… deixa ficar no ar… sem ela não sairei do nevoeiro. Por vezes perdemos… por vezes não mentimos… e por ti ficamos!
Quanto tempo perdurará o espiral do eco da tua voz… quanto?

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